Com relação aos corpos dos anjos, há um grande mal-entendido entre teólogos de tempos mais recentes e filósofos. Tomás de Aquino diz que nenhum anjo tem existência material, nem mesmo os anjos maus, embora às vezes tomem a forma de um corpo, apenas para abandoná-lo novamente.
Dionísio também afirma em Nomes Divinos que os anjos são imateriais, mas Agostinho no Gênesis diz que os anjos são seres etéricos e ígneos, e porque eles têm a natureza de corpos etéricos, eles não podem se decompor pela morte, pois neles predomina o elemento que é mais ativo e não o passivo. No início de sua criação, todos os anjos possuíam corpos etéricos porque eram formados da parte mais pura e superior do ar, sendo muito mais adequados para agir do que para sofrer. Depois da Criação, aqueles corpos permaneceram nos anjos bons, mas após a queda dos anjos, eles se transformaram em anjos maus, em um ar mais denso, para que pudessem se atormentar no fogo.
Além disso, Magnus Basilius e São Gregório de Nazianzo atribuem corpos não apenas a demônios, mas também a anjos puros, bem como a certos espíritos frágeis, etéricos e puros. Apuleio acredita que nenhum anjo tem corpo, pois no livro de Sócrates sobre os demônios, ele diz que existem alguns espíritos mais favoráveis, que, sempre livres dos limites materiais, podem ser chamados por certas orações.
Em vez disso, Psellus, o platônico, e Christianus são da opinião de que a natureza dos espíritos não é sem corpo, mas os corpos dos anjos e dos demônios ainda são diferentes. Os corpos dos anjos não têm matéria, enquanto os corpos dos demônios são, em certa medida, materiais, como sombras, e sujeitos a sensações, de modo que, quando são atingidos, sentem dor e, quando são lançados no fogo, se transformam em cinzas. . Embora seja um corpo espiritual, ainda é sensível e sofre ao ser atingido. “Se for cortado em pedaços, ele se restaura como o ar e a água, embora nesse meio tempo sofra muito, e por isso os corpos dos demônios têm medo da lâmina da espada ou de qualquer outra arma.”
Os corpos dos maiores demônios se alimentam do elemento etérico mais puro e não correm para ser vistos por ninguém, a menos que sejam enviados por Deus. Por serem feitos de fios tão brilhantes e pequenos, eles enviam seus raios ao nosso olhar com delicadeza, refletindo com esplendor e enganando com sutileza.
Alguns filósofos dizem que os demônios etéreos e aéreos são assim chamados não porque contêm tanto Fogo (Espírito) em seus corpos que sejam notáveis, nem tão terrestres que sua solidez resista ao toque, mas porque são compostos dos sentidos do céu e da umidade do ar., que se acumulou em algumas superfícies indissolúveis.
Os outros demônios não são visíveis nem invisíveis e, ao serem percebidos, transformam-se em várias figuras, assumindo a forma de sombras, de imagens desgastadas, atraindo a sujeira de um corpo comum, e têm muito em comum com a floresta, que a Antigos, eles a chamavam de espírito maligno. Devido à afinidade dos corpos com os Elementos da Terra e da Água, eles também estão rodeados por prazeres e luxúrias mundanas, e entre esses demônios estão elfos, pesadelos.
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